COMPANHA DO MUSEU DA TORREIRA
Uma estória para a história
A ideia nasceu em Junho de 2011 em conversa com os pescadores da Torreira, depois de termos chegado à conclusão que muito do que existe na Sala da Ria, do Museu Marítimo de Ílhavo, ter partido da Torreira, onde não existia qualquer espaço onde recolher as memórias da pesca e dos barcos da terra.
De imediato tratei de pedir o registo da designação, o que veio a ser realidade com a emissão do Certificado de Admissibilidade, em anexo.
Durante o mês de Agosto sensibilizei os pescadores para a necessidade de se fazer uma escritura da legalização da Companha do Museu da Torreira – que a dotaria de estatuto legal e da força necessária para negociar com as mais diversas entidades – e que tal tinha como data limite o dia 14 de Outubro, hoje.
Tive o apoio expresso de alguns pescadores e do Reitor da Torreira, Padre Abílio, a quem muito agradeço a forma como divulgou a reunião onde se iria discutir o interesse da existência de um espaço museológico na Torreira e identificar quem seriam os sócios fundadores.
Na reunião pública que teve lugar, em Agosto, na Assembleia da Torreira, cedida pelo Presidente da Junta de Freguesia, a participação de pescadores, apesar dos anúncios em cartazes e na igreja, foi quase nula. Manifestou-se, porém, entre os presentes, o interesse que o “Museu” tinha para a Torreira e a disponibilidade para doarem espólios valiosos.
Na reunião, de cerca de 2 horas, que mantive com o Presidente da Câmara da Murtosa, foi por este desde logo manifestado o seu não apoio à ideia, uma vez que desde 2001 anda a lutar por um Ecomuseu da Ria, a localizar a sul da Bestida, e não fazia sentido um espaço na Torreira, porque já lá tinha sido feito um pequeno investimento – estaleiro para o mestre Zé Rito e uma pequena sala de exposições anexa.
Nunca fui dos que dizem mal por dizer, se falo é porque quero fazer melhor, sempre foi este o meu modo de estar na vida e não é agora que vou mudar.
Anteontem – dia 12 – fui informado de que só existiam documentos de 1 pescador para a realização da escritura, embora existissem pessoas singulares disponíveis para serem fundadores e assumir a sua realização.
Face a isto tomei a decisão, e assumo-a em pleno, da não realização da escritura e de que o projecto “COMPANHA DO MUSEU DA TORREIRA – ASSOCIAÇÃO PARA A MEMÓRIA VIVA DA TORREIRA”, não teria sido mais do isso: a expressão de um desejo, de uma necessidade sentida por muitos.
Era para ser hoje, não será.
Não quero, no entanto, deixar de agradecer ao Sr. Padre Abílio, Reitor da Torreira, e à D. Carolina, técnica do Cartório Notarial de Estarreja, o empenhamento desinteressado com que se entregaram ao projecto.
A todos os que apostaram neste processo o meu abraço de agradecimento e a certeza de que um dia vai mesmo haver um Museu na Torreira.
Por mim, continuarei a fazer o que sei: coisas.
António Cravo
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ANEXO
“Código de Certificado de Admissibilidade: 0145-7182-0032
Número do Certificado de Admissibilidade: 2011030439
Com o NIPC: 509949533
Firma ou denominação aprovada para os elementos abaixo indicados:
COMPANHA DO MUSEU DA TORREIRA – ASSOCIAÇÃO PARA A MEMÓRIA VIVA DA TORREIRA
Certificado requerido por:
Nome: António José Cravo
Identificação: Bilhete de Identidade – 02043155
Para efeitos de constituição de: Associação de direito privado
Sede: Concelho de Murtosa, distrito de Aveiro
Objecto social:
Promover, recolher e divulgar as artes da pesca e da agricultura tradicionais da vila da Torreira, seus usos e costumes, nomeadamente através da criação e manutenção de um museu onde se possam expor os objectos, as memórias recolhidas e realizar eventos, com a finalidade de revitalizar tradições e memórias, estimular, desenvolver e partilhar o gosto e o valor destas actividades da vida humana.
CAE Principal: 94991
CAEs Secundários:
Condições de validade: “.
Aprovado por: Eduarda Avelar Nobre, Conservador auxiliar
Emitido em: 19-07-2011 10:40:48 UTC
Válido até: 19-10-2011 (inclusive)
Utilização do certificado: Por utilizar”