à memória de mestre joaquim raimundo (1933/2019)


Biografia de JOAQUIM HENRIQUES (RAIMUNDO)

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com a esposa Conceição

Biografia de JOAQUIM HENRIQUES (RAIMUNDO)

No dia 9 de Julho de 1933 nasceu Joaquim Maria Henriques, mais conhecido por Joaquim Raimundo, apelido por que era conhecida esta família de construtores navais durante várias gerações.

Joaquim Henriques continuou a tradição do seu trisavô, bisavô, avô e pai; logo de muito novo aprendeu a arte de construir barcos, usados nas fainas da apanha de moliço e pesca na Ria de Aveiro.

Em 1959 Joaquim Henriques emigrou para os Estados Unidos, mas a paixão de construir barcos foi com ele e cedo começou a trabalhar para um construtor naval.

Mais tarde, o seu pai (Mestre Raimundo) também emigrou, em 1960, e começou a trabalhar com ele. Juntos usaram seus vastos conhecimentos que tinham em trabalhar com madeira. Foi aí que aprenderam não só a trabalhar com fibra de vidro, uma inovação na construção de barcos, como também Joaquim Henriques aprendeu as técnicas de desenhador naval, mais tarde usadas para desenhar os seus iates.

Em 1977 concretizou o seu sonho e fundou a sua própria companhia “Henriques Yachts” no estado de Nova Jersey, Estados Unidos. Tal foi o sucesso, que actualmente os iates da marca “Henriques” estão espalhados pelo mundo e são conhecidos nos Estados Unidos pela sua alta qualidade, a mesma fama que tinham os barcos moliceiros feitos na Murtosa pelo seu pai.

No entanto, ainda lhe faltava prestar homenagem à Ria de Aveiro e à Murtosa, terra que ele nunca esqueceu e tanto ama, e decidiu construir um barco moliceiro em fibra de vidro usando os planos e medidas exactas dos barcos que o pai, Mestre Raimundo, construía. Baptizou-o de “O Rei da Ria.” O “bota abaixo”deste barco moliceiro foi um grande evento não só com a presença de entidades americanas mas também portuguesas, entre elas a consulesa de Portugal em Nova Jersey, Dra. Maria Amélia Paiva.

Este lindo barco, “O Rei da Ria”, continua a navegar nas aguas da Barnegat Bay em Nova Jersey, Estados Unidos, orgulhoso pelas suas origens Murtoseiras e sempre admirado pelos americanos que não se cansam de tirar fotografias deste imponente barco com a sua vela ao vento.

Faleceu no dia 2 de Janeiro de 2019, em New Jersey

(obrigado a Natalie Serra, irmã mais nova do mestre Joaquim Raimundo, pela colaboração)

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símbolo de Joaquim Raimundo (novo)

linhagem do mestre Joaquim Raimundo “novo”, segundo o próprio:

“Mestre Joaquim Maria da Silva Henriques (Murtosa, 1933 – conhecido por Joaquim Raimundo “Novo”)

Mestre Joaquim Maria Henriques (pai, Murtosa,1909/2005,conhecido por Joaquim Raimundo “velho”)

Mestre Américo Raimundo (tio, tinha estaleiro no Bico)

Mestre José Maria Henriques (tio, tinha estaleiro em Veiros – Santa Luzia)

Mestre Júlio Raimundo (tio, tinha estaleiro na rua de Sto. Estevao, Murtosa)

Mestre Israel Raimundo (primo, filho de Júlio Raimundo, ficou com o estaleiro do pai em Sto. Estevão.)

Mestre José Luís Henriques (avô)

Mestre Agostinho Raimundo (bisavô)”

……

em agosto de 2012, no museu estaleiro do monte branco na torreira, etelvina almeida conversou com o mestre. dessa conversa resultaram um conjunto de clips de vídeo já publicados.

em homenagem ao mestre, falecido em 2 de Janeiro de 2019, reedita-se num só vídeo a entrevista e gravação realizadas em 2012

à conversa com mestre firmino tavares


dos mestres
na precisão do gesto
a mão o instrumento
o mestre

saberes herdados
na escrita dos dias
trabalhados

vai-se o mestre
fica a obra
diziam

já pouca obra
enquanto nenhuma
digo

é este o meu tempo

(torreira; 2015)

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mestre firmino tavares a trabalhar com o formão na construção do moliceiro marco silva

 

ser mestre, não é só o que hoje se diz dos que obtiveram numa universidade esse grau, é coisa muito mais antiga. de saberes de artes e ofícios, de aprendizagens de anos, de carreiras feitas sob a orientação de um “mestre”, até se atingir a qualidade e a perfeição de execução que aos mestres são exigíveis.

não é tradição dos países do sul da europa este tipo de formação e aquisição de saberes e títulos, que remontam à idade média, mas que se continuam a utilizar em muitos países europeus, começando na frança, o país mais a sul. as antigas escolas industriais preenchiam, entre nós, esta função e nelas se formavam operários especializados que recebiam ensinamentos práticos dos “mestres de oficina”.

enfim, toda uma conversa que haveria/haverá que fazer sobre este tema, mas o que agora e aqui importa é ouver “mestre” firmino tavares, último de uma família de mestres construtores navais de pardilhó, e aprender com ele o como foi, o prazer de ter sido e de ensinar a fazer, fazendo.

falar com o mestre são lições de vida que não me canso de receber. espero que depois de ouvir este breve apontamento, sem pretensões, fiquem mais ricos, como eu fiquei

 

 

 

um marco de marca na história da murtosa


há cerca de 60 anos, no cais do bico, na murtosa, o meu pai fotografava-me com moliceiros em fundo. entendem? há cerca de 60 anos, no cais do bico, na murtosa, o meu pai fotografava-me com moliceiros em fundo. entendem?

há cerca de 60 anos, no cais do bico, na murtosa, o meu pai fotografava-me com moliceiros em fundo. entendem?

era uma vez … a história da nova “marca” do município da murtosa.

foi assim …. no dia 20 de novembro reuniu o executivo e …

extracto da acta da reunião de 20 de novembro, de 2014, do executivo da cm murtosa

<<——- PEDIDO DE PARECER PRÉVIO VINCULATIVO PARA A AQUISIÇÃO DE SERVIÇOS DE “CRIAÇÃO DA MARCA INSTITUCIONAL DO MUNICÍPIO DA MURTOSA” – Foi presente uma informação do Sr. Presidente da Câmara, datada de 17 de novembro de 2014, através da qual propõe que, no cumprimento do preceituado na Lei do Orçamento de Estado para 2014 (Lei n.º 83- C/2013, de 31 de dezembro), a Câmara Municipal emita parecer prévio vinculativo favorável ao procedimento que se pretende iniciar para a Aquisição de Serviços de “Criação da Marca

Institucional do Município da Murtosa”.

——–A Câmara Municipal, depois de analisar a informação, supra citada, deliberou, por maioria, com o voto contra do Vereador Jorge Bacelar e os votos a favor dos restantes membros do Executivo, emitir parecer prévio vinculativo favorável ao procedimento que se pretende iniciar para a Aquisição de Serviços de Aquisição de Serviços de “Criação da Marca Institucional do Município da Murtosa”.——————————————————————

– O Sr. Presidente da Câmara no uso da palavra esclareceu que o que está em apreciação não é a marca mas sim a necessidade de pronúncia prévia da Autarquia para poder acolher o encargo resultante das tarefas que estão a ser desenvolvidas. Esclareceu, ainda, que o trabalho a cargo da empresa Artifex não se encontra concluído, alias a marca que foi, admite-se divulgada com excessiva antecedência, é apenas uma pequena parte do trabalho que terá que ser desenvolvido e que suportará as diversas formas de comunicação/apresentação da autarquia, assim não se vislumbra nenhuma irregularidade no processo de adjudicação da respetiva prestação de serviços dado que a autarquia não assumiu qualquer encargo com o trabalho que terá de ser desenvolvido.————>>

qual não é o espanto, em relação a este ponto da acta, quando no dia 6 de novembro de 2014, no facebook, na página da Artifex Design, se escrevia:

A Murtosa tem nova Imagem! A Artifex foi responsável pelo seu Re-Branding e toda a comunicação adjacente. Aguardem por novidades que virão em breve. Ainda não demos tudo por estas bandas! 

Agradecimentos: – Município da Murtosa

e a nova imagem era :

nem vela, nem mastro:um amputado a caminho do canal de aveiro, convidado a emigrar pela sua pátria

nem vela, nem mastro: um amputado a caminho do canal de aveiro, convidado a emigrar pela sua pátria

ainda no facebook, a página do Município da Murtosa, ostentava a nova “marca”

https://www.facebook.com/municipiodamurtosa?fref=ts

ou seja, na acta da reunião de dia 20, foi “presente” uma “informação” do “Sr., Presidente” na qual se pede quea Câmara Municipal emita parecer prévio vinculativo favorável ao procedimento que se pretende iniciar para a Aquisição de Serviços de “Criação da Marca Institucional do Município da Murtosa”,enquanto já no dia 6 do mesmo mês uma empresa agradecia à câmara municipal e apresentava a nova “marca”.

transparência maior não pode haver! primeiro entrega-se o trabalho, a empresa até o divulga, e depois pede-se autorização para iniciar o processo.

e esta hein?

Assim vamos por cá

……….

– para ver a acta na totalidade

http://www.cm-murtosa.pt/Templates/GenericDetails.aspx?id_object=7427&divName=818s114s111s1345&id_class=1345

– e anexos

http://www.cm-murtosa.pt/cache/files/XPQLiuwXX15950LqqCfurl2dZKU.pdf

– o que já escrevi sobre a nova “marca”

https://ahcravo.wordpress.com/2014/11/08/uma-imagem-tem-sempre-pelo-menos-uma-mensagem/

do homem


o moliceiro velho beija a bateira nova. assim a vida seja

dirás do homem
pela sua obra
a alegria de ser
é para ele o fazer
sorri

mãos de trabalho
mãos de pai
mãos de mãos
um barco mais um
a filha no barco
os filhos sempre
nos barcos do homem

o homem é
porque fez
não porque o fizeram

é esta a minha
gente

 

…………..

 

para ler com vídeo

 

 

regata de moliceiros, bico 2012


o vencedor: zé rito

o apelo, no moliceiro do ti abílio carteirista

a surpresa: o aparecimento do moliceiro “marnoto”, comprado na torreira para turismo em ílhavo e que veio participar na regata. bem vindos

 

 

a designer e mestranda em “embarcações tradicionais da ria de aveiro”, no leme do moliceiro “inobador”, nem só de teoria se faz uma tese

 

embarcações tradicionais do estuário do tejo


Associação Naval Sarilhense (ANS)


A ANS comemora, em 2012, o seu 25.º Aniversário. São 25 anos de trabalho em prol da preservação e valorização das embarcações tradicionais do Estuário do Tejo e da cultura ribeirinha que lhe está intrínseca.
Para comemorar este 25.º Aniversário, a ANS irá publicar o Livro “Embarcações Tradicionais do Estuário do Tejo: Contributos para a compreensão da sua evolução funcional”, da autoria de André Fernandes e Mário Pinto. Uma publicação que analisa, ao longo de seis capítulos, a importância do papel desempenhado por estas embarcações no transporte fluvial de mercadorias, esboçando ainda uma síntese interpretativa do processo de formulação destas embarcações como construtos culturais, na sequência da sua obsolescência funcional.

Com efeito, tem a Direcção da ANS a honra de convidá-lo(a) para a Sessão de Apresentação desta obra (cujo Convite se junta em Anexo), que terá lugar no dia 14 de Julho (Sábado), pelas 10h30, no Auditório da Biblioteca Municipal Bento de Jesus Caraça (Moita). A entrada na Sessão é Livre.


Mário Pinto
Presidente da Direcção da Associação Naval Sarilhense