por onde anda quem sou
para onde vai quem quis ser
que mar é este onde caminho
sem praia nem gaivotas nem ondas
que barco me levará
a mim que não sei de terra
(xávega; alar; praia da leirosa; 2019)
por onde anda quem sou
para onde vai quem quis ser
que mar é este onde caminho
sem praia nem gaivotas nem ondas
que barco me levará
a mim que não sei de terra
(xávega; alar; praia da leirosa; 2019)
um beijo
acorde primeiro
da sinfonia
do desejo
em ti não sobejo
(carregar o saco no atrelado; praia da leirosa; 2019)
sei que parto
o mar
espera-me
(xávega; ler o mar; praia da leirosa; 2019)
talvez as mãos quem sabe o desejo um corpo fremente ao primeiro beijo
(alar; praia da leirosa; 2019)
os poetas têm a dimensão do universo dos seus leitores
(o nó; praia da leirosa; 2019)
dizer o teu nome o nome de todas as coisas as coisas que cada nome encerra dizer tantas vezes a mesma palavra até que ela perca o sentido a sua ligação com a representação dizer como é doloroso o parto das palavras que ainda não disse ou se disse como as escrevi dizer tanto em tão pouco ser imenso e ínfimo límpido e complexo dizer com palavras amo e escutá-las na boca do outro
(o carregar do saco seco; praia da leirosa; 2019)
é oficio de poeta a construção do sonho aí mora o futuro
(o arribar da manga; praia da leirosa; 2017)
(praia da leirosa; 2006)
o que é o quê
xávega, arte, artes ou arte-xávega, são formas diversas, e as correctas, para designar a mesma “arte de pesca”.
assim como, passer domesticus, pardal, pardal ladrão, pardal dos telhados, pardal da igreja, etc., são formas diversas de designar a mesma ave.
(praia da leirosa; 2019)
haver ainda mar
haver ainda mar um areal de esperança onde morrem ondas haver homens e arte e um barco que parte para regressar haver na rede peixe paga tantas vezes pouca haver gente esta gente homens e mulheres