aqueço as mãos ao lume da memória reinvento o vazio de
(torreira; safar redes; 2019)
águas vivas outras as artes outras redes malhas mais finas prenderam o sonho o sol uma vida o testemunho do tempo o olhar a guardar a memória onde agora safam-se os dias onde algas secas ainda a paciência é a arte da sobrevivência a reinvenção dos dias é um tempo cheio de tempo uma navegação em águas vivas porque revividas
(torreira; safar redes; 2019)
mais que o nome a alcunha conta uma história assim os pescadores a do henrique nunca a soube nem é aqui lugar para homem rico o henrique de duas alcunhas penso ser dono haverás mais ricos de alcunhas claro mas de voz mais nenhum safa as redes como todos não safa a vida
torreira; porto de abrigo; 2013
aos amigos
aos amigos o abraço braços de dar aos amigos ainda mesmo se aos amigos sempre só porque pela metade nada nunca que só tudo aos amigos por entre os braços a rede corre como o tempo que os levou e os trouxe nem sempre partiram como chegaram amigos foram incertos no tempo de ser aos amigos o abraço o abraço aos amigos sempre