os pés enterram-se na areia a arder a rede caminha a força de braço a doer será este o sexo fraco?
(torreira; 2009)
lembro os dias a luta a indecisão de o não saber como a aceitação a revolta as divisões a impotência as armas e os barões gordos e guardados protegidos afilhados um tempo gordo bolorento lembro os dias da decisão das armas roubadas aos barões dos canhões à praça virados da festa da liberdade tempo de cravos na mão foram-se as armas ficaram os barões e os afilhados livres as palavras e o engano livre tu para recusar e seres ainda não é pleno o nosso tempo
gosto muito de mínimas máximas há que baste por aí sempre as houve mas é nas mínimas coisas que os olhos que sabem ver se perdem que o coração que sabe sentir se afoga que as mãos sábias se encontram são as mínimas coisas que nos ferem e nos alegram por isso cada vez mais gosto muito de mínimas
sê grato às portas que te abrem e às que te fecham também ser de todos é não ser de ninguém de ti primeiro que todos quiseste ser fizeste-te dizendo não calando disseste presente ao mau tempo sê grato às portas que se fecham e às que te abrem és tu em todas sê grato à diferença como o vento despenteia as ondas