crónicas da xávega (533)


trago no corpo
o sal do verão
nos olhos
bailes de mar 

outono dentro 
de outono
continuo 

virá o oiro
semeado nas vinhas
que não verei
porque longe do mar

tudo 
o que é longe do mar
é longe de mim

até estas palavras
o são cada vez mais

(recriação de um lanço de xávega com bois; torreira; setembro; 2013)

crónicas da xávega (259)


mergulho no tempo

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tudo o que sou
fui para ser

gostar do que sou hoje
é aceitar o que fui
no tempo que me coube

há bois na praia
gestos e fazeres recriados
memória viva

olhar o ontem
é ver mais além
é ser de novo

mergulho no tempo
refresco-me de mim

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(torreira; recriação da xávega;2013