crónicas da xávega (281)


se houver deus

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como se um soldado
desconhecido
perdido nos areais da costa

estreita-se o horizonte
esfumam-se os tempos de fartura

caminha ainda
interrogo-me por quanto tempo

quando já não os houver
erguerão monumentos
escreverão histórias

venderão livros e obras bastas
quando bastava terem feito
tão pouco para que a história
fosse outra

não lhes perdoeis senhor
que quem manda
sempre perdoado é

(espinho; 2012)