os poemas constantes deste vídeo fazem parte do livro “O FARDO DO HOMEM BRANCO”
(nota: este vídeo está classificado para “maiores de 18 anos”, pelo que só é visionável por quem tem canal no youtube [tem de iniciar sessão para o ver])
os poemas constantes deste vídeo fazem parte do livro “O FARDO DO HOMEM BRANCO”
(nota: este vídeo está classificado para “maiores de 18 anos”, pelo que só é visionável por quem tem canal no youtube [tem de iniciar sessão para o ver])
vou
falo do incerto
do por vir
todo o início é
teremos o tamanho
dos dias
que fizermos nossos
todo o caminho é
falo dos amigos
e a palavra fica por vezes
somente letras
incertos os dias
o por vir os amigos o caminho
incerto eu
na incerteza de tudo
se abrem os dias
por onde vou vou vou
(torreira; 2010)
se houver deus
como se um soldado
desconhecido
perdido nos areais da costa
estreita-se o horizonte
esfumam-se os tempos de fartura
caminha ainda
interrogo-me por quanto tempo
quando já não os houver
erguerão monumentos
escreverão histórias
venderão livros e obras bastas
quando bastava terem feito
tão pouco para que a história
fosse outra
não lhes perdoeis senhor
que quem manda
sempre perdoado é
(espinho; 2012)
dos “artistas”
são e não são
depende de
conheço alguns
não gosto deles
(torreira; s. paio; 2018)
dos sábios
o alar da manga do reçoeiro
o rigor das palavras
com que lavram o silêncio
desenham as perguntas
(torreira; 2016)
das árvores
o passar da pancada de mar
gosto das árvores
que se tornaram barcos
admiro os homens
que são árvores
dentro dos barcos
(torreira; 2010)
do homem
a vara ainda e sempre
que dizer de ti
se és tantos
resistir dói
(torreira; 2018)
da beleza
há recachia na ria
ama o belo
não por ser teu
mas por ser
o moliceiro é
há recachia na ria
(torreira; regata da ria; 2016)