alar e aparelhar com a companha dos leais (2019)


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este registo pretende apenas ser um documento das práticas de alar e aparelhar na companha dos leais, na praia da leirosa.
 
não tem quaisquer pretensões fílmicas.
 
aspectos relevantes e salientados no registo:
 
– o alar e aparelhar da cala da mão de barca
– a ferramenta criada para servir de passadiço às mangas (pode-se ver na mão de barca)
 
aos proprietários da companha, irmãos leal, e a toda a companha os meus agradecimentos por me terem deixado fotografar e filmar, pela camaradagem, por me terem considerado um dos seus, um grande abraço

crónicas da xávega (315)


matola

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(praia da leirosa; alar do reçoeiro; 2019)

porque fotografar não é tirar fotografias
na praia da leirosa quem não é da terra é chamado de “matola”. nada de especial aqui haveria se o “moliceiro de mira” não tivesse esse nome.
será que este termo vai buscar as suas origens ao povoamento da leirosa e desta costa por parte dos povos da ria de aveiro, entre ílhavo e ovar?
assim “matola” tornar-se-ia identificador de uma zona a que já não pertenciam: a gândara, com a praia de mira no seu extremo norte.
para pensar e aprofundar, por quem se dedica a esta coisa da linguagem dos pescadores e ao estudo das palavras.

postais da ria (258)


é tarde

enevoado tempo
o das memórias

acordo e recordo
não consigo
esquecer
o que me lembra
ao adormecer

sofro de memórias
de violentados dias
fracas palavras
pobres gestos

vem vazia a rede
vem vazia
vem

é tarde

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alar com salvador rilho (chalana)

(torreira; alar da solheira; 2010)