nem toda água
se dá a beber
(enfeitar; morraceira; 2019)
nem toda água
se dá a beber
(enfeitar; morraceira; 2019)
trago no corpo o mar
salgado tempo
(ilha da morraceira; rer; 2016)
como são tristes
as manhãs
em que não nasces
(rer; morraceira; 2016)
amaram-se à luz da vela
morreram
no incêndio dos cortinados
(morraceira; 2019)
ao amanhecer te esperei
nunca o dia foi tão longo
(morraceira; rer; 2016)
até onde o rio
o mar
por entre margens
persigo
o fogo
o salgado fogo
que tudo queima
até onde o rio
o mar
(rer; morraceira; figueira da foz; 2019)
o mar
morre no meu peito
o meu coração é uma ilha ao sul
(carregar o sal na silha; morraceira; 2019)
ao arrepio das correntes
dominantes
o poeta navega escreve
(achegar; morraceira; 2016)
um passo em frente dois passos à rectaguarda pisas-me sempre
(rer; morraceira; 2016)
o que pensará a mente quando mente sem pensar
(rer; morraceira; quinta da salina do morro; 2019)