não
não não há poesia nestes dias sim seremos maiores que nós para sermos não não há poesia nestes dias sim é duro o caminho enormes as pedras não há poesia nestes dias espero-a fazendo-a escrevendo não há poesia nestes dias
inocentes
pedem-me que cale que não ligue denunciar é dar palco dizem e quedam-se no seu saber calado há a poesia a música o cinema o futebol há a cultura costas largas há o que não nos divide porque não é relevante há o silêncio que consente peço-lhes que falem que digam o que pensam se existem além do pensar calados críticos de tudo aí estarão no fim do caminho limpos sorridentes e isentos acabados de nascer e ainda por lavar
português emigrante
partiram de bolsos vazios e o país no coração sonhavam uma vida melhor uma casa a velhice diversa foram dos primeiros e voltaram e no voltarem foram os últimos filhos e netos semearam que outras raízes criaram mais que uma bandeira são um povo orgulhoso das suas origens é uma honra ter entre eles tantos amigos
é tão fácil
venderás o peixe no mercado aos fregueses fiéis comprar-to-ão por comodidade hábito e cansaço às quintas montarás banca na feira venderás coisas várias outros caminharão à tua sombra serás o chefe não o líder nas terras piquenas é tão fácil parecer grande