(condeixa; 2005)
condeixa
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os velhos (I)
os velhos atravessam o tempo de memória com mão ágil lágrima grossa regressam os velhos caminham caranguejos lentos medusas de horas e anos os velhos ajoelham calos e varizes nas pedras gastas do passado os velhos contam histórias antigas sabedoria de séculos os velhos afagam as crianças macias as mãos grossas magras ossudas os velhos arrastam-se e caem cansadas as pernas fechados os olhos os velhos às vezes já estão mortos outras morrem ainda mais velhos os velhos vivem e recordam e não vivem e recordam ainda os velhos já foram por isso são
acordam o sol

acordam o sol põem a mesa o pão o café o mais se houver levantam-se carregam a enxada limpa da terra de ontem palmilham caminhos sacham cavam regam dobradas as costas ao peso do sol e da idade deitam-se com o sol que com ele se ergueram irmãs de ser hoje mais um dia
(louriçais; eira pedrinha; 2005)