(murtosa; regata do bico; 2006)
cais do bico
os moliceiros têm vela (481)
os moliceiros têm vela (479)
postais da ria (404)
infinitas manhãs
infinitas manhãs de gestos suspensos no vazio de não haver tecto infinitas manhãs de impiedosas mãos desfiguradas num enclavinhar de dedos na lisura das paredes infinitas manhãs de doridos olhos encovados na palidez do rosto arrastando-se fundos pelo dia imposto infinitas manhãs porque não me deixais dormir

os moliceiros têm vela (468)
postais da ria (395)
os moliceiros têm vela (438)
postais da ria (381)
os moliceiros têm vela (434)
os moliceiros têm vela (431)
português emigrante

partiram de bolsos vazios e o país no coração sonhavam uma vida melhor uma casa a velhice diversa foram dos primeiros e voltaram e no voltarem foram os últimos filhos e netos semearam que outras raízes criaram mais que uma bandeira são um povo orgulhoso das suas origens é uma honra ter entre eles tantos amigos