(ilha da morraceira; rer; 2016)
rer
a beleza do sal (122)
in memoriam luís cardoso
na salina do corredor da cobra (ecomuseu do sal) a alegria, o saber, o amor pelo sal, tinham um nome: luís cardoso.
bom conversador e conhecedor da história e das técnicas de fazer sal, era um excelente guia para quem visitava a salina.
partiu este ano e continua connosco. é esse o mistério da ausência presente, que pessoas como ele nos deixam.
abraço luís, salgado abraço
(este pequeno e mal amanhado registo, com uma nortada forte a perturbar o som, foi feito com o smartphone, em setembro de 2020, naquela que seria a última redura do ano.)
a beleza do sal (120)
a beleza do sal (118)
a beleza do sal (116)
a beleza dos sal (112)
doem-me os braços
tempo de espera este sobreviver para viver sem saber quando tempo para lembrar depois esquecer tempo de não ser o sal está a trabalhar dizem e esperam o tempo de estar feito no talho que me coube vou mexendo os dias com vontade de os rer doem-me os braços por falta de abraços
a beleza do sal (103)
eu

para os fotógrafos sou poeta para os poetas sou fotógrafo para o espelho sou eu
a beleza do sal (81)
abril 25

morraceira; rer; 2019
escrevo agora as portas
as janelas o início
o por fazer
a luz penetra na casa
ilumina-a ilumina-te
diz-te que podes
se quiseres
são teus os caminhos
por abrir
quando nasceste
que pediste a tua mãe?
a beleza do sal (80)
românticos

armazéns de lavos; rer; 2016
amaram-se à luz da vela
morreram
no incêndio dos cortinados
a beleza do sal (79)
da vida

quinta da salina do morro; rer; 2019
o sal
o teu corpo
nos meus dedos água
onde a sede morre
lenta de tanta espera