
No livro do poeta Jaime Rocha, Necrophilia, Porto, Relógio d’Água Editores, 2010, que faz parte de uma tetralogia a que o autor chamou de Tetralogia da assombração, a aceitação da morte é indissociável do amor e da luta dos sexos, corresponde ao papel decisivo que nela tem a mulher. A eterna tensão entre Eros e Tanatos, o destino ultimo do amor entre morte e existência, insere-se na tradição cultural ocidental, em que a morte transfigura-se na forma mais pura do amor. A poesia de Rocha percorre o caminho da imagem poética na sua transfiguração arquetípica entre aparência e sombra feita corpo para atingir à própria origem da imagem enquanto morte da coisa.
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2.
Rodeado de vespas, sozinho como
um comboio que passa entre as árvores.
Enquanto os bichos lhe percorrem as
pernas, descobrindo todas as feridas e as
imprecisões delineadas pelos músculos.
Quando…
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