livres
as notas
do homem
livre
cantam
sim
nós podemos
livres
as notas
do homem
livre
cantam
sim
nós podemos
uma rua verde
um suspiro branco
um sentir azul
uma voz
percorre as cordas
irreverente e plena de
não é meia noite
antónio
são três dias
de vozes povoados
memórias desejos
silêncio angústias
não é meia noite
meio dia não será
toda a vida
correm
por dentro do silêncio
as vozes da noite
cercam-nos
esperar o nascer do dia
ou forçar a manhã
não resta alternativa
façamos o sol
à nossa medida
não
não vejo a lua
o sol há muito
que se foi
fiquei só
eu o piano
e a magia da noite
vem
vamos por aí
voando leves
nas notas
que os dedos
tecem com cordas
floriu música
um tapete voador de
fosse tão bela
a música que nos dão
em que nos perdemos
árida
de espinhos cheia
já não é música sequer
é agressão
por cá
sofrem os do costume
subterrâneas vozes
intensas sonoridades
despertam
caminho
não sei se encontrarei a luz
sei que não estou só
isso basta
tecidos os rostos
em cores muitas
conforme e disformes
com a realidade
esperança
de quantas formas
o homem te vestirá?
pablo mestre
pinta-te melhor que ninguém
a liquidez do tempo
geme nos dedos
de onde música
escuta o vento
soprar nas árvores
mais altas
curvam-se os arbustos
tu não