CASIMIRO DE BRITO [Loulé, Portugal, 1938]

CASIMIRO DE BRITO [Loulé, Portugal, 1938]


POESIA Y OTRAS LETRAS

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No Livro das Quedas. Ars Moriendi (Roma Editora, 2005), para Casimiro de Brito a morte é um acontecimento trágico e angustiante, porque vê nela a tremenda foice que corta inexoravelmente e cruelmente o fio da existência, afundando as pessoas no abismo do nada. Apesar da certeza que o autor coloca sobre o fato de que com a morte o ser do homem não está extinto, no entanto, isso marca o fim de uma prova irrepetível. Como situação decisiva da vida, a morte representa, em comparação com a vida, uma passagem para um outro lugar para o qual se pode ir como a própria fundação, como para aquilo em que se encontrará a realização, mesmo que incompreensível… (“a vida do mundo é um bem ilusório”, Alcorão, 3, 185) porque é e permanece excluído das possibilidades cognitivas do intelecto.

2 Um homem vai no seu corpo e subitamente…

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CARLO GUERRINI [ Perugia 1959 ]


e há um moliceiro que corre mundo

POESIA Y OTRAS LETRAS

Le somiglianze che possono intercorrere tra l’oceano e le profondità della mente sono tante e tali che si amalgamano nelle fluidità sotterranee e celesti che danno forma visibile e invisibile alla stessa realtà. I fossili viventi del mare e le energie arcaiche della psiche si manifestano con l’intento di arricchire gli uni le acque nella fredda oscurità, le altre nel continuo accumulo di esperienze, indipendentemente dal fatto di essere coscienti della loro esistenza. Da ciò si ricava che le correnti della marea amniotica che attraversano l’io più profondo sono simili alle leggi naturali che reggono il flusso ritmico del sole e della luna.

È quanto traspare nel volume di versi Sotto invariate stelle (aguaplano, 2014) di Carlo Guerrini, dove la massa acquatica dell’oceano cantata dall’autore si pone al centro delle sue riflessioni. Il richiamo chiaro e selvaggio che esercita il mare nella coscienza del poeta lo rendono contemplatore delle sue…

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MARIA GRACIETE BESSE


POESIA Y OTRAS LETRAS

[ Monte de Caparica, Almada, Portugal, 1951 ]

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No volume de Maria Graciete Besse, Na inclinação da luz, percebemos a presença da finitude e, portanto, a imperfeição da qual se vêem circunscritas as pessoas, as coisas e as memórias. Então, estamos diante de um ego que não é capaz de manifestar sua plenitude e, portanto, acaba sendo imperfeito. Adversidade, culpa, sofrimento e morte denotam a radical finitude da existência humana, que é um incessante esforço em direção ao ser, sem nunca ser capaz de alcançá-la; mas é também uma incessante sujeição à tensão da transcendência. Desta forma é definida uma escolha do tipo expressionista que permite à autora uma ampla capacidade de ação, onde a verdade biográfica tem poucas alegrias a expor e em seu lugar aparece o aspecto mais inquieto de seu ser, tão próximo da perturbação.

Para concluir, estes breves poemas não aprisionam…

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MARIA BEATRIZ SEABRA [Lisboa 1992]

MARIA BEATRIZ SEABRA [Lisboa 1992]


POESIA Y OTRAS LETRAS

"Poética do momento", com esta expressão pode-se definir o volume de Maria Beatriz Seabra, «Caminhar em terra mole». A razão desta afirmação deriva do fato de que o instante não se apresenta como um segmento de duração, mas com o indivisível do tempo, ao contrário do ponto que é o indivisível da linha. No entanto, a comparação precisa uma diferença de conceitos entre o ponto e o instante, que de facto pode-se dizer que o instante pertence ao tempo, enquanto o ponto pertence ao espaço. 
Conceitualmente, podemos considerar o instante como uma parte do tempo: ele é necessariamente indivisível por ser o presente do tempo. No instante o ser temporal é salvo do esgotamento do tempo, possui sua unidade, a identidade que o tempo dispersa.




[nove] são importantes os acasos: infinitas sucessões de instantes que convergem no mesmo mundo e que são [propriamente falando] forças brutas com método próprio a…

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RUY BELO [ São João da Ribeira, 1933 – Queluz, 1978 ]

RUY BELO [ São João da Ribeira, 1933 – Queluz, 1978 ]


poesia sempre: ruy belo

POESIA Y OTRAS LETRAS

Sua obra é hoje considerada fundamental no marco dos anos ’60 e ’70, por por seu amplo espectro de sensações e sentimentos transmitidos com um estilo rigoroso e atento ao som dos versos. Passando da obsessão religiosa para os aspectos relacionados com a vida cotidiana e a passagem do tempo, a poesia de Ruy Belo excita por sua melancolia às vezes ingênua e outras, ao invés, mais perta do vazio que emerge do real. Soube explorar as contradições de uma educação sentimental, cuja maior lição é uma lenta aprendizagem do amor, da solidão e da morte.

PARA A DEDICAÇÃO DE UM HOMEM Terrível é o homem em que o senhor desmaiou o olhar furtivo de searas ou reclinou a cabeça ou aquele disposto a virar decisivamente a esquina Não há conspiração de folhas que recolha a sua despedida. Nem ombro para seu ombro quando caminha pela tarde acima A morte…

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Jozefina Dautbegović [1948 – 2008]


a poesia sempre

POESIA Y OTRAS LETRAS

Crediti dell’immagine: https://www.tacno.net

Questa poetessa che più di settant’anni fa era nata in Bosnia-Erzegovina, a un certo punto della sua esistenza ha scelto di ancorarsi al verso per demarcare il confine che separa la vita dalla morte. Vita e morte che un altro uomo di lettere, Carlo Michelstaedter, decantava nei versi de Il canto delle crisalidi:

Vita, morte,
la vita nella morte;
morte, vita,
la morte nella vita.

il poeta e filosofo goriziano voleva rivelare con il suo pensiero le stigmate che contraddistinguevano il Novecento, secolo delle grandi infatuazioni ideologiche. Per Jozefina, il conflitto armato che ha coinvolto l’ex repubblica socialista jugoslava, ha significato un vivere in continuo stato di non appartenenza, dopo la dissoluzione del socialismo nel 1991, costringendola alla fuga. La sua è una lirica in cui i piccoli e i grandi eventi del quotidiano si manifestano per ricordarle di sottostare ad altre logiche e regole più…

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António Ramos Rosa [Faro 1924 – Lisboa 2013]

António Ramos Rosa [Faro 1924 – Lisboa 2013]


POESIA Y OTRAS LETRAS

Créditos da imagem: Nuno Calvet

Nos versos de QUATRO POEMAS SOLIDÁRIOS de O centro na distância de António Ramos Rosa, a solidez da pedra distingue-se pela sua compacidade, que se recusa a ser penetrada. Seu mundo fechado é um convite para deixar nossa imaginação correr solta. Nós, de fato, somos o mineral que devemos trabalhar pacientemente para transformar a indiferença, a ignorância e a felicidade, na verdadeira pedra. El Che foi uma dessas pedras, fortalecida pela luta, cuja presença faz parte do nosso imaginário. Ele ainda é uma presença forte, porque a pedra está sempre aberta a uma nova vida e sua transformação. De facto, o herói argentino assumiu um novo significado para se transformar no símbolo da continuidade da nova história. De modo que se o poeta apresentar a matéria tosca da pedra para transformá-la em forma sutil através de um trabalho de humanização do dado, esta…

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MANUEL DE FREITAS [ Vale Santarém, 1972 ]

MANUEL DE FREITAS [ Vale Santarém, 1972 ]


para quem gosta de poesia um blog a seguir

POESIA Y OTRAS LETRAS

Créditos da imagem: fotografia de Inês Dias


Ninguém melhor do que Manuel Freitas conseguiu falar da tragédia metafísica sem fuga e da tortura de estar vivo numa sociedade onde o conformismo se confunde com a barbárie e o erro. Mesmo Portugal, lugar do fingimento pessoano, não escapa a sua escrita de “país devastado, / o símbolo envergonhadamente europeu … da austeridade, / do analfabetismo e da luz chegando a remotas, / quase míticas aldeias” (Cervejaria Leirão). Um emaranhado de fracassos e perdas atravessado pelos mortos e, mais ainda, pela morte. De certo modo, o poeta traça uma visão da ruina de nossa civilização ocidental na perspectiva histórica da poesia. Ei-nos num lugar paradoxal, onde a poesia diz o que as pessoas não percebem.

Spot “A vida não pode ser assim tão assustadora”, diz a margarina becel em horário nobre, para não-cardíacos. O que, na verdade, me deixa saudades…

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FRANCESCO SCARABICCHI [ Ancona 1951 – 2021 ]

FRANCESCO SCARABICCHI [ Ancona 1951 – 2021 ]


da poesia em italiano

POESIA Y OTRAS LETRAS

Crediti dell’immagine: https://unisaperi.it

Un calarsi nella trama dell’umano, del suo radicamento temporale, del suo patire fra la consistenza e la dissoluzione. La durata e la caducità, sono le polarità che si leggono nel volume postumo La figlia che non piange, di Francesco Scarabicchi. La verità, le funzioni veritative sono tutte lì, nel respiro del tempo e il mistero delle cose fatte di tempo. Il suo è un dire sì alla vita, nelle cose che passano, mutevoli e mutabili soltanto nel segreto della sua verità. Sensibile e sommesso, lontano da ogni trionfalismo, la scrittura di Scarabicchi appare munita di una naturalità che lo porta a guardare il mondo senza essere visto.

Una residenzaa Massimo Recalcati Non c'è altro luogo, credimi, che questo, tutto il bianco possibile, la pagina e poi quelle formiche delle righe a dire il poco, il molto che noi siamo, ma non tanto di me e…

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CLÁUDIA R. SAMPAIO [ Lisboa 1981 ]

CLÁUDIA R. SAMPAIO [ Lisboa 1981 ]


o prazer da poesia

POESIA Y OTRAS LETRAS

Uma característica essencial da vida emocional desta autora é o seu estado afetivo que é apresentado como a experiência de seu caráter individual. A poesia da Sampaio passa pelas raízes do mal, movendo-se entre certezas alucinadas, invocações afetuosas e relâmpagos de delírio. No entanto, para aqueles curtos circuitos da mente que atropelam o amor e o próprio ser, a escrita pode reverter plenamente a angústia dos dias, opondo-se à heterogeneidade evasiva dos elementos, a possibilidade de abraçar o Tudo, deixando de lado o caos, deixando, por alguns breves momentos, as instâncias da melancolia.

Créditos da imagem: https://www.goodreads.com

Tu sentado na praça. Entre nós uma enorme quantidade de frio., uma reunião de pombos e dis taxistas de dentadura lunar. Comove-me esta intensa fila para se chegar à ginja como se assim se chegasse à verdade das coisas, aos braços tão curtos da solidão ibérica. Comove-me a velha que sobe as saias…

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