em abril a 25
voámos de novo
numa madrugada clara
libertos de vendas
grilhetas e guerras
sonhámos um país novo
um país puro e limpo
feito de manhãs eternas
quisemos a utopia
guardada tantos anos
nos baús de acesso restrito
voámos
demos as mãos
mais que amigos
dissemos: irmãos
corremos
chorámos
beijámos
dissemos:
a paz
o pão
habitação
continuamos
porque ainda se não cumpriu
aquilo com que sonhámos
em abril a 25
