nada
é tão límpido e transparente
como tu
se
vês a cidade
tremer nas águas
que imaginas límpidas e puras
engano teu
espelho
velho gasto e assassinado este
que os olhos te ofertam
o teu silêncio cúmplice
a fome do lucro
o desprezo pela terra mãe
tudo isso
o matou aos poucos
transparente e límpido
só tu
se te souberes
e fores
no acto de ser
(aveiro; canal principal)
