bota!!!!!!!!!!!
escrevo mar com t
de tudo
escrevo pão com s
de salgado
escrevo barco com c
de concha
não tenho letras
para escrever estes homens
não as inventaram
bota!!!!!!
(torreira; companha do marco; 2013)
vencida a onda junto à praia, o barco caminha
onda a onda, são 3 os homens que o levam: o da proa, o do motor e o arrais no castelo da ré
de cada um a ordem, de cada um a função, são eles que escrevem no mar
vai abaixo, sobe na crista, vence sempre: ao resistir e no galgar
tão raro serem lisos estes caminhos
(torreira; companha do marco; 2010)
a espera e os primeiros embates (9)
o barco está seguro em terra, não em seco.
quebrado o remo, sobram homens no barco. faltam na muleta.
os homens subtraem-se no barco para se somarem na muleta.
a muleta é outro remo.
é o braço de todos no barco
(torreira; companha do marco; 2010)
a espera e os primeiros embates (8)
quebrado o remo o mar quebra sobre o barco. devorá-lo se pudesse o faria.
os homens resguardam-se esperam, há camaradas em terra por eles
não quebram, que de madeira não são. vãs glórias porém não põem o pão na mesa.
recuar para avançar de novo e ser assim sempre é arte que nesta arte não é para todos.
não será ainda. mas será logo
(torreira; companha do marco; 2010)
a espera e os primeiros embates (7)
na ânsia de mar e na falta dele, na areia quebra-se o remo.
é preciso regressar a terra, reparar a “avaria” e tentar de novo.
os olhos atentos ao trabalho dos camaradas na muleta, dizem do esforço e da determinação.
(torreira; companha do marco; 2010)