o que tu nunca lerás (IV)


ao longe, muito ao longe

 

não
não escrevo o teu nome
seria (escre)ver-te
e eu quero-te assim
para além da degradação
que o tempo sempre
traz

quero-te a menina
de há 40 anos
num baile de verão
num abraço sem tempo

trazias as palavras
que eu não sabia
ensinaste-me
” a pedra do reino”

e a jóia eras tu

não
não escrevo o teu nome
sequer o murmuro
deixo que corra pelo silêncio
o grande silêncio onde moram
as palavras nunca ditas
mas com que sonhamos
todos os dias

até sempre

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