sobre o vazio
os braços
estenderam-se
há algo lá dentro
um corpo
uma voz
uma carícia
um sonho
se perguntarem por
mim
diz que me viste ser levado
com
camisa de forças vestido
a boca tapada
as mãos atadas atrás
das costas
se perguntarem por mim
diz
que estava a agarrar o vazio
num dia de sol
foi então
que os mentores da ordem
polícias dos sonhos proibidos
me levaram
espero um dia
trazê-los comigo
entretanto
se perguntarem por mim
diz
não partiu
que ele não parte nunca
deve de estar a chegar
(coimbra; calçada portuguesa; 2006)
Bela imagem, poema sentido – um ser diferente por se atrever a sonhar com o impossível!
obrigado miúda da ria.
Belíssimo, parabéns!
Beijinho,
Ana Martins
obrigado ana