coerência
não sou
o que
não sou
recuso-me
a sê-lo
(ria de aveiro; torreira; agosto, 2014)
será ainda tempo de
as mãos
nos dizerem mais de
ti
da tua arte
dos teus saberes
estarás sempre a tempo de
com as tuas mãos
construir o teu caminho
o caminho onde tu serás mais tu
por seres
escrevo-te
e é com mãos que o faço
as mesmas mãos
mas sem arte
sem jeito
para esses fazeres que me são estranhos
escrevo-te porque
quero que as tuas mãos
sejam somente tuas
aqui
onde as nossas se dão