António Ramos Rosa [Faro 1924 – Lisboa 2013]

António Ramos Rosa [Faro 1924 – Lisboa 2013]


POESIA Y OTRAS LETRAS

Créditos da imagem: Nuno Calvet

Nos versos de QUATRO POEMAS SOLIDÁRIOS de O centro na distância de António Ramos Rosa, a solidez da pedra distingue-se pela sua compacidade, que se recusa a ser penetrada. Seu mundo fechado é um convite para deixar nossa imaginação correr solta. Nós, de fato, somos o mineral que devemos trabalhar pacientemente para transformar a indiferença, a ignorância e a felicidade, na verdadeira pedra. El Che foi uma dessas pedras, fortalecida pela luta, cuja presença faz parte do nosso imaginário. Ele ainda é uma presença forte, porque a pedra está sempre aberta a uma nova vida e sua transformação. De facto, o herói argentino assumiu um novo significado para se transformar no símbolo da continuidade da nova história. De modo que se o poeta apresentar a matéria tosca da pedra para transformá-la em forma sutil através de um trabalho de humanização do dado, esta…

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MANUEL DE FREITAS [ Vale Santarém, 1972 ]

MANUEL DE FREITAS [ Vale Santarém, 1972 ]


para quem gosta de poesia um blog a seguir

POESIA Y OTRAS LETRAS

Créditos da imagem: fotografia de Inês Dias


Ninguém melhor do que Manuel Freitas conseguiu falar da tragédia metafísica sem fuga e da tortura de estar vivo numa sociedade onde o conformismo se confunde com a barbárie e o erro. Mesmo Portugal, lugar do fingimento pessoano, não escapa a sua escrita de “país devastado, / o símbolo envergonhadamente europeu … da austeridade, / do analfabetismo e da luz chegando a remotas, / quase míticas aldeias” (Cervejaria Leirão). Um emaranhado de fracassos e perdas atravessado pelos mortos e, mais ainda, pela morte. De certo modo, o poeta traça uma visão da ruina de nossa civilização ocidental na perspectiva histórica da poesia. Ei-nos num lugar paradoxal, onde a poesia diz o que as pessoas não percebem.

Spot “A vida não pode ser assim tão assustadora”, diz a margarina becel em horário nobre, para não-cardíacos. O que, na verdade, me deixa saudades…

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FRANCESCO SCARABICCHI [ Ancona 1951 – 2021 ]

FRANCESCO SCARABICCHI [ Ancona 1951 – 2021 ]


da poesia em italiano

POESIA Y OTRAS LETRAS

Crediti dell’immagine: https://unisaperi.it

Un calarsi nella trama dell’umano, del suo radicamento temporale, del suo patire fra la consistenza e la dissoluzione. La durata e la caducità, sono le polarità che si leggono nel volume postumo La figlia che non piange, di Francesco Scarabicchi. La verità, le funzioni veritative sono tutte lì, nel respiro del tempo e il mistero delle cose fatte di tempo. Il suo è un dire sì alla vita, nelle cose che passano, mutevoli e mutabili soltanto nel segreto della sua verità. Sensibile e sommesso, lontano da ogni trionfalismo, la scrittura di Scarabicchi appare munita di una naturalità che lo porta a guardare il mondo senza essere visto.

Una residenzaa Massimo Recalcati Non c'è altro luogo, credimi, che questo, tutto il bianco possibile, la pagina e poi quelle formiche delle righe a dire il poco, il molto che noi siamo, ma non tanto di me e…

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CLÁUDIA R. SAMPAIO [ Lisboa 1981 ]

CLÁUDIA R. SAMPAIO [ Lisboa 1981 ]


o prazer da poesia

POESIA Y OTRAS LETRAS

Uma característica essencial da vida emocional desta autora é o seu estado afetivo que é apresentado como a experiência de seu caráter individual. A poesia da Sampaio passa pelas raízes do mal, movendo-se entre certezas alucinadas, invocações afetuosas e relâmpagos de delírio. No entanto, para aqueles curtos circuitos da mente que atropelam o amor e o próprio ser, a escrita pode reverter plenamente a angústia dos dias, opondo-se à heterogeneidade evasiva dos elementos, a possibilidade de abraçar o Tudo, deixando de lado o caos, deixando, por alguns breves momentos, as instâncias da melancolia.

Créditos da imagem: https://www.goodreads.com

Tu sentado na praça. Entre nós uma enorme quantidade de frio., uma reunião de pombos e dis taxistas de dentadura lunar. Comove-me esta intensa fila para se chegar à ginja como se assim se chegasse à verdade das coisas, aos braços tão curtos da solidão ibérica. Comove-me a velha que sobe as saias…

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DANIEL FARIA [Baltar-Paredes 1971 – Porto 1999]

DANIEL FARIA [Baltar-Paredes 1971 – Porto 1999]


a poesia de daniel faria

POESIA Y OTRAS LETRAS

Créditos da imagem: http://sociedadejusta.pt

Neste espaço vai-se falar brevemente sobre um poeta que poderia aparecer entre aqueles já consolidados da literatura portuguesa e estrangeira. A poesia de Daniel Faria pode-se considerar uma aventura afortunada, embora breve, e literariamente prolífica, como evidenciado por uma revisão bibliográfica recentemente concluída, que visa reconstruir toda a produção deste autor. Um jovem seminarista culto, de índole mística. Um poeta intemporal. A sua é uma palavra que se encarna na existência individual e coletiva, porque é existência que se torna poesia. Ressonância humana particular e inconfundível adquirem suas líricas que enfrentam os temas da imanência e da transcendência, assim como o do conhecimento interior; tópicos em que Daniel Faria se tem entretido tornando-os o núcleo de seu pensamento. O processo meditativo é acompanhado, ou melhor, é em si mesmo também escrita lírica ligada à exegese do verso e no verso, bem como nos recessos mais aparentemente…

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MARÍA JOSÉ  QUINTELA [Vila Real 1955]

MARÍA JOSÉ QUINTELA [Vila Real 1955]


POESIA Y OTRAS LETRAS

Créditos da imagem: http://www.crearensalamanca.com

A escuridão é a nossa primeira realidade, o enigma iminente do nosso nascimento. Nosso ser microcósmico, despertando no útero, está envolto na matéria negra de nossa herança ancestral. Luz e trevas constituem o mais importante sistema dualista de forças polares que, na maioria das doutrinas iniciadoras, é a encarnação da divindade.

Em seu valor potencial, a divindade é pensamento e na dimensão do microcosmo é o inconsciente. Mas é também o som sublime, uma palavra tão húmida quanto a água e a luz que desce sobre a terra trazida pelos raios do sol. Uma palavra que se torna o movimento ou vida da divindade para todas as línguas, cores e virtudes que residem na Palavra. Para María José Quintela é também verdade, luz do ser e criação contínua do universo. O mais puro símbolo da manifestação do ser que pensa e se expressa para voltar à…

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MEMÓRIAS DE RESISTÊNCIA

MEMÓRIAS DE RESISTÊNCIA


muito interessante

POESIA Y OTRAS LETRAS

Dois amigos separados por um oceano trocam cartas ao som de um piano na Cidade do México.

Direção e Montagem: Felipe Nepomuceno.

Produção: Tereza Alvarez.

Argumento e Fotografia: Ondjaki.

Fotografia Adicional: Felipe Nepomuceno.

Trilha Sonora Original: Jazmín Solar.

Engenheiro de Som: Alan Saucedo.

Assessoria de Imprensa: CWEA. (2020)

Com: Eric Nepomuceno e Ondjaki.

Nepomuceno Filmes

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JUDITH TEIXEIRA  [1880 – 1959]

JUDITH TEIXEIRA [1880 – 1959]


excelente artigo

POESIA Y OTRAS LETRAS

Créditos da imagem: https://www.lalineadefuego.es

Nos livros de história da literatura portuguesa a presença desta poetisa é praticamente nula. Mulher e intelectual que, junto a Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro, integra a vanguarda modernista portuguesa dos anos vinte do século passado. Mesmo assim, Judith Teixeira não deixa de ser um caso marginado das letras portuguesas.

Seu desafio era escolher o mistério do amor sáfico em versos de grande simbolismo e sensualidade nuna época de mudança dos paradigmas sociais impostos às mulheres. Para Judith o sexo não só indicava a dualidade do ser, mas sua bipolaridade e tensão interior. Para a sociedade portuguesa da época, a mulher era considerada como uma garantia para a reprodução dos valores morais e religiosos da sociedade. A aspiração social generalizada da maioria das mulheres era ser, como as das classes ricas, esposas e mães dentro da família, um modelo feminino que se estabeleceu na sociedade…

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MARIA AZENHA [ Coimbra, 1945 ]


é assim a poesia

POESIA Y OTRAS LETRAS

Créditos da imagem: wikimedia.org

No blog de ahcravo gorim ( https://ahcravo.com ) ouvi pela primeira vez uma poesia da coimbrã Maria Azenha e, confesso, deixou-me muito intrigado. Encontrar um livro dela, apesar de uma produção intensa, é uma tarefa um pouco difícil. Mas, no final, com muita sorte, foi surpreendentemente possível.

Nesta pagina digital vou apresentar algumas poesias da autora tomadas do livro A casa de ler no escuro, edição espanhola bilingue da editora Trea, na tradução de José Angel Cilleruelo, Gijón, 2019.

Maria Azenha decide empreender com esta obra uma interpretação muito original da nossa realidade existencial em seus aspectos caóticos e violentos, em que a injustiça e a dor parecem ser a única certeza possível. Para descrevê-la, ela possui uma escrita enigmática que em alguns momentos pode se tornar mistérica e espiritual.

História simbólica sobre o teatro do mundo e prática duma palavra entendida como purificação na…

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