regata da ria 2014 (3)


 

 

o "a. rendeiro" ultrapassa o "dos netos"

o “a. rendeiro” ultrapassa o “dos netos”

 

“NÃO MATEM OS MOLICEIROS”

 

já perto de s. jacinto, o moliceiro do ti zé rebeço, ultrapassa o do ti abílio carteirista.

desde o protesto de 2012, por não ter havido regata, que o ti abílio mantém a tarja “NÃO MATEM OS MOLICEIROS”, no seu barco.

há mensagens que é preciso manter vivas e esta é muito forte, actual e necessária.

lembrem-se dela os que hoje se limitam a fotografar ou a descrever as regatas.

os moliceiros são homens e barcos, são seres vivos que precisam não só de olhos, mas de braços e mãos, de vozes e sentires, que se unam na sua defesa e preservação.

seja cada um de nós um moliceiro a dizer: assim não! queremos mais e melhor das entidades que mandam directamente nesta região, que são responsáveis pela cultura deste povo.

o ti abílio acabaria a regata em segundo lugar, aos 78 anos de idade, registem bem: aos 78 anos de idade.

será que não merece o nosso respeito esta geração que começou a vida “ao moliço”, na ria e que até ao fim da vida continua a fundir-se com o seu barco?

o ti abílio, fez a sua vida na alemanha, lá deixou a descendência, mas é na ria, a bordo de um moliceiro que se sente vivo.

até quando?

 

(ria de aveiro; 28, jun, 2014)

postais da ria (17)


 

 

o velho moliceiro e a cidade nova

o velho moliceiro e a cidade nova

fricção e realidade
realizou-se ontem, dia 28 de junho, mais uma regata da ria. quem acompanhou dia a dia o caminho percorrido até à sua realização, só pode dizer uma coisa: grandes são os homens que ainda vão tendo moliceiros, que sem eles, nada se teria realizado.

a desorganização foi total, apesar de anunciada com pompa e circunstância na página do turismo do centro, como o grande evento do “aveiro weekend 2014” e ser a murtosa considerada a “pátria dos moliceiros”, só na segunda-feira dia 23, se realizou a primeira reunião com os proprietários de barcos, e só nessa altura alguns souberam da regata. convocatória? tá na net!

entre o que consta da brochura sobre o “aveiro weekend 2014” e as actividades que envolveram a regata, qualquer semelhança para além da data, é estranha.

na reunião foi proposta, por quem “de direito”, a participação de bateiras com mais de 7 metros, à vela. proposta que já comentei a seu tempo.

na torreira, de onde parte sempre a regata, só um cartaz anuncia há tempos a semana europeia do cicloturismo. sobre a regata, nada!

ao chegarem a aveiro, não havia qualquer representação das entidades oficiais a saudar os participantes.  depois de chegarem ao parque da fonte nova, ao lago em frente à antiga cerâmica campos – actual centro de emprego de aveiro – houve que esperar que o presidente da câmara de aveiro, chegasse para que se ouvisse o discurso da praxe e tivesse lugar a entrega de prémios.

um discurso com alma, como é de bom tom, afirmando a disposição de apoiar os moliceiros, como os italianos as gôndolas de veneza, tarefa para “os europeus de aveiro” – cito. elogio ao presidente da câmara da murtosa – onde estava? -, à associação náutica da torreira e a todos os moliceiros.

enquanto proferia o seu discurso, mesmo atrás do palco montado para o efeito, jazia, no lago artificial, um moliceiro em estado lastimável, a apodrecer, na tal praça mais nobre de nobre de aveiro, com um hotel de luxo numa das margens.

volto a citar almada negreiros: “  a pátria onde Camões morreu de fome e onde todos enchem a barriga de Camões”. troque-se pátria por aveiro e camões por moliceiros, e temos um retrato actual do que se passa na ria de aveiro.

a fricção da realidade, é gritante para quem não se  limita a fazer “bonitos”, seja em fotografia, seja no que for, mas que queira saber onde vive e esteja atento.

apetece convidar o sr. presidente a participar na próxima regata, no moliceiro que está no largo da fonte nova, jazendo num lago artificial.

 

(aveiro; regata da ria 2014)

regata da ria de aveiro 2014


 

o "a. rendeiro", vencedor da regata a chegar ao destino

o “a. rendeiro”, vencedor da regata, a chegar ao destino

 

depois de muitas e variadas peripécias: quem vai, quem não vai, as bateiras vão ou não vão, chove ou não chove … que foram tantas e tão conformes à desorganização total do evento, só mesmo na hora da partida se soube tudo.

barcos moliceiros que participaram:

 

classe A (barcos com mais de 13 metros)

– murtosa : “a. rendeiro”, “dos netos” e o “moliceiro da câmara”

– torreira: “zé rito”, “manuel vieira” e “manuel silva”

– pardilhó: “o amador”

– gafanha: ” o marnoto”

 

classe B (barcos com menos de 13 metros)

– ovar: “pequenito”

– torreira: “cristina e sara”

em resumo: participaram 8 moliceiros grandes, 2 pequenos e nenhuma bateira, com mais de 7 metros, à vela.

foi uma regata de luxo, com bom vento, bom tempo, boas nuvens e muita competição.

 

a tripulação vencedora:

 

marco silva. zé rebeço e manuel antão

marco silva. zé rebeço e manuel antão

 

todos de parabéns por terem ganho uma regata para a qual arrancaram em último lugar.

 

(ria de aveiro; 28, jun, 2014)

postais da ria (16)


 

josé miguel e doroteia verónica

josé miguel e doroteia verónica

 

 

em 2012 a regata da ria foi cancelada por “alegada” falta de verbas. a organização era de uma associação sediada na ribeira de pardelhas e que dá pelo nome de “amiria” – associação dos amigos da ria.

nesse ano alguns moliceiros organizaram uma simbólica regata de protesto, com bandeira negra e uma tarja onde se podia ler “NÃO MATEM OS MOLICEIROS”.

em 2013, a organização da regata mudou de mãos e …. realizou-se. os pagamentos dos prémios devidos pela regata efectuada em junho de 2012, prolongaram-se até março de 2013, isto para não falar nas peripécias já contadas em tempo.

o facto é que houve regata e este ano ainda volta a a haver.

no registo de hoje vêem-se os moliceiros ” josé miguel” e “doroteia verónica”, num momento de competição renhida, na regata de 2009.

cinco anos passados e nenhum deles estará na regata de amanhã, já que ambos foram vendidos, por os seus proprietários não terem condições, nem apoios, para os manter.

assim se vai escrevendo a história da ria, a de uma morte lenta a que ano, após ano, alguns vão resistindo e outros sorrindo.

amanhã é mais um dia
(ria de aveiro)