continuo a caminhar
admiro os que a palavra vestem
como se coisa de usar fosse
consoante o momento o local
a audiência
admitem a inexistência da memória
julgando-se senhores do saber
do dizer e fazer constar
curvam-se perante eles os que
pretendendo vir a ser
mais não serão
que o terem sido úteis quando
vivem todos de ilusões
sorrio e continuo a caminhar
(torreira; companha do marco; 2012)

