palavras assassinas
pacientes as mãos sempre elas
limpam das redes os caranguejos
ferem-se esmagam quebram
preparam sábias nova pescaria
assassinas as palavras
entraram pelas malhas dos dias
depositadas por mãos alheias
saberes de vícios urbanos
habilidosos hábitos aprendidos
confundiste-as com
as malhas dos teus dias
como pescarás agora?
(torreira; varadouro do estaleiro do zé rito; 2015)

