em português nos entendemos
língua velha que não raiz
árvore que a cada dia floresce
português falamos sotaques
vários nos separam e unem
na diversidade somos palavras
abraçamo-nos sem faca na
manga quantas cores quantas
origens se fundem em nós
não somos os herdeiros de um ontem
que derrotámos mas construtores do futuro
sem preconceitos e sem vergonhas
descobriram agora que os lusíadas
a lírica foram escritos numa língua esquizofrénica
envergonhada diz luiz se assim foi
curvo-me perante estes libertadores
e em português me ergo desavergonhadamente
(bateira a arribar da faina; torreira; 2015)
