era o tempo dos bois


manel franciscão e a sua junta

sem medo
pela mão do homem
entramos pelas salgadas águas

senhores da força
vergados tensos suados
cascos fundo na areia
impomos ao mar
a nossa vontade

num último esforço
o barco avança
galgará ondas e correntes

lento
no seu partir
levará no bojo as redes
esperança prenhe de tanto esforço

no regresso
de novo nos pedirão tudo o que temos
para dar

entre o ir e vir
a pausa
e à beira mar seremos
veraneantes diferentes

aos amigos que partiram (III)


antónio trabalhito - 2005

um dos meus melhores amigos e que morreu este ano, logo de seguida também o irmão manuel.

nesta foto queria homenagear todos os pescadores da torreira, e não só, que dedicaram muitos anos da sua vida à pesca artesanal da xávega, de espinho até vila real de santo antónio.

amigos, digam todos comigo : presente !

aos amigos que partiram (II)


zé murta

que dizer de ti, zé?

registo efectuado em 2007, retrata o arrais durante a venda de peixe. um bom amigo que a doença levou em 2010, antes de a safra começar.

proprietário do barco “olá sampaio”, tinha adquirido nos últimos anos um novo barco o “olá s. pedro”, que vendeu meses antes de morrer. onde quer que estejas zé, quero que saibas que é muito difícil substituir a tua ausência e a tua presença é cada vez mais forte.

abraço do teu amigo, cravo