virá o dia
em que a serra
o machado
a gasolina
o fósforo
a fogueira
elevarão aos céus
em nuvem negra de luto
os restos moribundos
da bateira que um dia
sulcou a ria
foi mãe de pão
será filha do fogo
sem medo
pela mão do homem
entramos pelas salgadas águas
senhores da força
vergados tensos suados
cascos fundo na areia
impomos ao mar
a nossa vontade
num último esforço
o barco avança
galgará ondas e correntes
lento
no seu partir
levará no bojo as redes
esperança prenhe de tanto esforço
no regresso
de novo nos pedirão tudo o que temos
para dar
entre o ir e vir
a pausa
e à beira mar seremos
veraneantes diferentes
um dos meus melhores amigos e que morreu este ano, logo de seguida também o irmão manuel.
nesta foto queria homenagear todos os pescadores da torreira, e não só, que dedicaram muitos anos da sua vida à pesca artesanal da xávega, de espinho até vila real de santo antónio.
amigos, digam todos comigo : presente !