acabou-se o mar
o meu tempo de ser
naufragado que fui
repouso na areia
para onde antes sorria
lá de bem longe
no regresso de mais um lanço
não parto mais
arribei para sempre
não mais o “bota!”
a ressoar por sobre as ondas
não mais o voar
e cair no fundo na vaga
não mais o deslizar
sem saber de terra
sou agora
o ter sido
acabou-se o mar
que eu sou eu agora?