pescadores da torreira manifestam-se contra interdição de apanha dos bivalves


a apanha de bivalves na ria de aveiro é, nos últimos tempos, o ganha pão dos pescadores.

a enguia quase não existe, o choco este ano rareou, o linguado pouco é.

restam os bivalves….

análises pagas pelos pescadores num laboratório espanhol de referência, contraditam a interdição imposta pelas análises feitas pela entidade nacional de referência, o IPMA,  e dizem que não há qualquer perigo no consumo dos bivalves. os bivalves apanhados na ria de aveiro destinam-se quase em exclusivo ao mercado espanhol.

no meio deste desencontro de resultados quem não sobrevive são os pescadores.

o vídeo da “Ribeirinhas TV”, com entrevistas a pescadores é elucidativo

aparelhar


dentro do barco as mangas

dentro do barco a manga da mão de barca, no fundo

no aparelhar, a disposição do aparelho no barco é fundamental para que o “largar”, durante o lanço, decorra sem problemas.

a sequência de largar é: cala do reçoeiro; manga do reçoeiro; saco; manda da mão de barca; cala da mão de barca.

neste registo é a “manga da mão de barca” que entra no barco, seguir-se-á o “saco” que será amarrado à bica da ré e irá assentar na “cala da mão de barca”, que já está por debaixo do traste e à meia proa do barco, depois a “manga do reçoeiro” e, finalmente, a “cala do reçoeiro” sobre todo o conjunto.

aqui, um espreitar para o por dentro.

 

(companha do marco; torreira; 2010)

ainda


 

torreira, marina dos pescadores

torreira, marina dos pescadores

 

o cansaço

pendurado do corpo

no peso de ser ainda

o suporte desta coisa de pensar

 

lentos os movimentos

procuram ser mais do que

todo o tempo é leve

e pesa como séculos

 

um homem

corre contra

lento

quase não

 

nunca desistente

o resistir

mais forte que o corpo

 

cansam-me os olhos

de ver 

pancada de mar


torreira, 2013

torreira, 2013

 
as fotos mais “espectaculares” da xávega são as que registam o embate do barco com a vaga.

para captar esses momentos é preciso conhecer o tipo de declive da costa, usar lentes adequadas e escolher o ângulo máquina/barco.

no caso da torreira a costa tem uma configuração que os pescadores definem da seguinte forma: praia, lago, cabeço, largo.

os embates podem-se dar ao largar, no lago, ou no cabeço. quando o mar permite, o arrais aproveita o “liso” para largar e depois vai “galeando” no lago, até encontrar outro liso no cabeço e ganhar o largo.

a minha experiência, diz-me que tenho de estar preparado para que o embate com a onda se dê em qualquer dos dois locais, por isso a minha objectiva preferida é uma tele 18/270m que me permite com uma só máquina, cobrir as duas situações.

claro que para registar um embate no cabeço seria ideal ter uma tele superior a 300mm, mas isso implica ter mais uma máquina, o que nem sempre dá jeito: dentro de água, com duas máquinas ao pescoço …..

este registo foi feito com a tele no máximo e num cabeço muito mais afastado que o habitual.

são sugestões, nada mais do que isso. sugestões, com muita água pela cintura ….