da cidade com o mar em fundo


horácio

horácio

as paredes não são quatro
enganaram-te quando da casa
to disseram
esquece os números
a parede é imensa e dentro dela
acontece e desacontece

um mundo fechado
onde os sorrisos crescem
e a vida se consome
numa solidão a que poucos

lembro-me agora do mar
e de como até as viagens por dentro
são partilhadas por todos

a cidade é um povoado de solidões
escondidas entre paredes

as casas são o disfarce perfeito
para a alegria das ruas

hoje está sol nas ruas

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(xávega; torreira; companha do marco; 2011)