postais da ria (117)


tempo

ahcravo_DSC_3398_ti zé costeira _bw

ti zé costeira: o regresso da pesca

quando se perde tudo
o que a vida nos deu
para que serve mantê-la

para onde o ti zé foi
há-de haver uma bateira
uma cana de pesca

e tempo

muito tempo
que é essa a arte
do pescador

ahcravo_DSC_3398_ti zé costeira

sempre o conheci assim

(ria de aveiro; torreira)

o ti zé costeira partiu

os moliceiros têm vela (165)


fomos

ahcravo_DSC_4232 bw

hoje será sempre o dia
em que tu eu nós

tudo o que foi é agora
tudo o que será agora é

estar vivo é ser hoje
com a sabedoria de ontem
o desejo de um amanhã

por entre os dedos
sempre por entre eles
a areia fina dos dias

um grão escorre e cai
fomos

ahcravo_DSC_4232

(torreira; regata do s. paio; 2012)

postais da ria (116)


para o vilmar vidor

ahcravo_DSC_5247 bw

a viagem do vilmar pode ser assim

aos amigos virtuais
uma amizade real os une

um nome um rosto
uma mensagem uma foto
uma vida para além da vida

por existirem num outro real
os amigos virtuais nunca morrem
nem sabem de partidas

por isso tu vilmar vidor
continuas comigo

ahcravo_DSC_5247

toda a beleza atravessa o oceano num barco para ate abraçar, vilmar

(torreira; regata das bateiras; s. paio; 2014)

crónicas da xávega (113)


é este o meu tempo

ahcravo_DSC_3595 bw

o sérgio e o ricardo, filhos do arrais marco silva

escrevo mar e amor
por dentro das palavras
vida a pulsar em mim

imagens sons cheiros
barcos homens mulheres
ondas gaivotas peixe

voo devagar por sobre tudo
como se o sol nascesse
sempre

é este o meu tempo

ahcravo_DSC_3595

os irmãos sérgio e ricardo, carregam um dos braços de aço da muleta

(torreira; companha do marco; 2015)

 

toda a esperança do mundo


no dia 20 de novembro de 2015, na fnac em coimbra, foi apresentado livro “TODA A ESPERANÇA DO MUNDO”

1507-1

a apresentação foi feita por um representante da editora, pelos drs. fernando nobre e antónio arnaut e por um dos autores, luís pedro nunes.

desses momentos fica o registo com a qualidade possível, reunido em dois vídeos e que, espero, vos façam sentir a valia da obra apresentada.

vídeo 1

vídeo 2

 

 

 

 

os moliceiros têm vela (164)


SONY DSC

meço o tempo pelo cansaço
por esta coisa chamada corpo
desistente quase de ser
dizendo-se a cada instante
sussurrando-se-me

é pelos olhos que regresso
e somos todos ainda
velas sobrevoando os dias
num bando de abraços

olhar é sentir ontem hoje
sentir só

SONY DSC

(murtosa; regata do bico; 2009)