ser eu hoje ainda vertical saber o valor da palavra dada ler nos olhos não nos lábios dizer não com a convicção que dizer sim seria verdadeira negação resistir e sobreviver sabendo que os valores não têm cotação na bolsa se bem que pela sua venda muitos encheram o bolso ser eu hoje ainda apesar de
“vésperas do fuzilamento” de rui nunes
fala dos retratos_46
“O SAL DA LÍNGUA” de eugénio de andrade
a beleza do sal (133)
“Olha para mim” de rui teixeira motta
os moliceiros têm vela (487)
eugénio de andrade – 1981
em 1981 foi publicado em coimbra o primeiro número dos “cadernos do 40”, eu era um dos integrantes do caderno e usara como uma das epígrafes ao conjunto de “poemas” que publiquei, o poema “Com palavras amo”
após a publicação fiz questão de ir entregar a eugénio um exemplar dos cadernos. meti-me no comboio para o porto e, sem qualquer combinação prévia, fui bater-lhe à porta.
eugénio estava em casa, abriu-me a porta. disse ao que vinha e entreguei-lhe o exemplar, convidou-me de imediato a entrar. eu não consegui, senti-me muito pequeno. então, eugénio foi lá dentro e trouxe-me um livro com dedicatória.
( aqui ficam a memória e o testemunho)