da natureza e do amor


era manhã
muito cedo ainda

ensonado o sol recusava-se a rir
a névoa que cobria os campos
era um véu tímido que lhe tapava os lábios

lentamente o dia
espreguiçou-se, bocejou
iniciou o ritual do levantar

escondido
atrás de uma erva pequenina
a tudo assistia estupefacto
no momento em que chegaste

vinhas de muito longe
poisada numa folha verde
trazida pelo vento gelado da manhã
eras nova no prado
ninguém te conhecia

para mim sorriste
e as outras abelhas
invejaram-me a companhia