palavra dada
deste a tua palavra
nunca nada tão valioso
ofereceste
(murtosa; regata do bico; 2012)
recuso este futuro
não digo nada
nem bem nada mal
mostro o que vejo
digam-me que não devia
que não é este o postal
não digo nada
nem bem nem mal
mostro o que vejo
tem a força de ser real
lê tu o que eu vi
o que sentes?
eu vejo o futuro
que recuso aceitar
não comento o estado dos portos de abrigo da murtosa, nem os milhões ali gastos com fundos comunitários e nossos. mostro o que vejo
(murtosa; cais do bico; 2 de agosto de 2015)
a de alfinete
hoje quero dizer-te
um segredo
não existo
poucos o sabem
mas eu não existo
sou uma assombração
no dizer dos antigos
vim para incomodar
não para existir
por isso o meu nome
começa por a
como alfinete
vê lá não te piques
(murtosa; regata do bico: 2007)