a porta do sorriso
abre-se
à mais breve luz
leio-te o rosto
livro decorado
linha a linha
letra a letra
anos tantos de
à porta do sorriso
nos encontramos
para chegar sempre
a espera e os primeiros embates (7)
na ânsia de mar e na falta dele, na areia quebra-se o remo.
é preciso regressar a terra, reparar a “avaria” e tentar de novo.
os olhos atentos ao trabalho dos camaradas na muleta, dizem do esforço e da determinação.
(torreira; companha do marco; 2010)
a espera e os primeiros embates (6)
aos remos os homens, dentro do barco, procuram ganhar ao mar. o motor não “cala”.
à muleta, ainda presa à ré do barco; à muleta que serviu para o lançar no mar; à muleta homens e mulheres, à mão, à força de braços e pernas, sustêm o barco e mantêm-no em posição.
há tantas formas de remar, que só quem anda no mar as sabe……
(torreira; companha do marco; 2010)
há dias assim
sem palavras
sem assunto
dias de deixar tudo ir ver o mar
e não querer escrever nem pensar
há dias assim
em que o silêncio é enorme
engole tudo e
as palavras?
onde estão as palavras?
sequer fica uma página em branco
nem a desculpa gasta de não haver material
o material está aqui desmaterializado
na não escrita desta escrevedura
há dias assim
que queres
hoje não escrevo
ponto final
ao rés da água
a beleza sorri líquida
os homens são ainda
a continuação de
o regresso ao ter sido
velas erguidas desafiam o vento
e a sabedoria de quem
de todos os cantos do concelho
onde bateiras ainda
a festa renova-se no bolinar
desafiante
a ria sorri de plena
mãe renovada
de filhos sempre moços
para ler com o filme de Jorge Bacelar