retrato de uma primavera
contam com a memória
não a lembrança incómoda
mas o esquecimento de
são os senhores da guerra
e os fazedores da paz
depois de a terem deflagrado
facturam sempre e com tudo
vendem o sangue
que fizeram derramar e é negro
foram eles que inventaram
o espectáculo
que hoje denunciam bárbaro
moram sempre longe
estão sempre perto
e acreditam em deus
que não lhes perdoará
(torreira; regata do s. paio; 2012)