a estreia do ricardo silva
ontem fui pela última vez ao mar este ano. o mar estava manso por isso fui, nada de armar em campeão, nem de pôr em causa a atenção que o arrais tem de ter ao fazer do lanço. vou mas não existo como preocupação.
se para mim foi a última ida do ano, para o ricardo foi a primeira vez que o pai o deixou “ir ao motor” num lanço de xávega. a responsabilidade é grande, o sentir o motor nas mãos e o barco a seu mando, só quem alguma vez andou, pelo menos, dentro de um barco de mar pode sentir o que representa.
o mar estava manso, repito, o coração do ricardo pequenino, os olhos atentos ao mar, sempre a mirar o longe, enquanto o pai, o horácio e o agostinho lhe iam dizendo como fazer.
foi bom ver como todos se uniram em volta do ricardo, para que tudo corresse bem. e correu. foi um lanço de peixe e de fazer um puto sentir-se ainda mais homem….. e de um homem sorrir como um puto.
abraço ricardo, foi bom estar com todos no barco onde tu, pela primeira vez, te sentiste arrais.
quem sabe, para o ano eu volto
(torreira; companha do marco; 2015)

