desobedecer à união europeia


“Foi bom desobedecer. É bom desobedecer. Principalmente quando nos querem impor pobreza, austeridade, autoritarismo e humilhação. O debate do livro do Pureza, Desobedecer à União europeia, abre todas as possibilidades de luta e de desobediência que só encontramos no prazer da revolta. Continuamos a dizer: desobedecer é bom.”
antónio luís catarino, editor da “deriva”

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há questões que não são de direita, nem de esquerda, são apenas de bom senso e entendimento.

tudo passa pela sua explicação simples e completa, por alguém a quem elas não são estranhas, porque as estudaram e analisaram com todos os dados que, raramente, são do conhecimento público – nosso.

o livro “Desobedecer à União Europeia” da autoria de josé manuel pureza, apresentado pelo editor, antónio luís catarino, comentado pelo professor doutor jorge bateira, faculdade de economia da universidade de coimbra, e uma síntese pelo autor, permite-nos, depois de uma audição atenta e descomprometida, dos 3 clips que se seguem, entender muito do que anda por aí desentendido.

 

clip 1 – apresentação do editor e primeira parte do comentário

 

 

clip 2 – conclusão do comentário do professor jorge bateira

 

 

clip 3 – síntese do autor

 

 

 

 

 

postais da ria (121)


umbiguices

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a espera, o espelho, calma ria, calmaria

tenho do umbigo a noção
exacta da sua função
foi por ele que me alimentei
no ventre de minha mãe
nada mais

agora aí está melhor ou pior
desenhado na barriga
sem quaisquer funções
não perco por isso tempo
em contemplá-lo

a olhar para o umbigo
muito boa gente anda
no dizer afiado e simples
da sabedoria popular

sentam-se na sua vidinha
sabem todos os nomes
que abrem portas e janelas
não incomodam para
não serem incomodados

como eu os entendo
umbigo só há um
e agora a mãe é outra

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toda a beleza é pouca aqui

(torreira; regata das bateiras à vela; s. paio, 2012)

crónicas da xávega (117)


as mortes da vida

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a teresa, a cacilda e a olívia (falecida)

os dias são imensos
plenos de areia e mar
sal suor mãos peixe

como se penas as escamas
fazem delas aves
poisadas na beira mar
debicando peixes

são as mulheres da torreira
que à torreira do sol
ganham o quinhão de pão

chamo-as pelo nome
e a olívia
responde-me da memória

a vida está cheia de mortes

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a teresa, a cacilda e a olívia (falecida)

(torreira; companha do marco; 2012)

postais da ria (119)


palavras para mim

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as palavras necessárias

livros eram três de histórias
para uma menina que nesse dia
seis anos breves fazia

a minha neta mais nova
a rosarinho

junto um postal em forma de flor
e palavras do avô

ao telefone
o livro de que gostei mais foi o da flor

porquê
quis saber

tinha palavras para mim

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há palavras à espera

(ria de aveiro; torreira)