nocturno para o rui mourato

torreira; sem data; era lua cheia
agora que te calaste
para sempre
quero-te dizer
que falavas muito
o ti cravo dito por ti
era um abraço
de uma ave pernilonga
vinda do sul fascinada
pelos moliceiros
habitava-te
um coração enorme
o que parou
agora que te calaste
para sempre
calo-me também
para te ouvir

torreira; sem data; era lua cheia