crónicas da xávega (377)


nada

xávega; arribar; torreira; 2013
nada se repete nada
é o mesmo nunca

chegarei sem regressar
cansado de ver 
 
desiludido de conhecer 
de já o saber 

a costa é longa diversos
os homens não as raízes

são cada dia mais ténues
os elos que a desilusão corroeu

outros homens virão
outros eus mais sábios

o mar de antes de sempre
não é de ninguém 
mesmo de quem dele dono se julga

fábrica de desilusões este
estar aqui ainda

por entre os dedos escorreram
os dias e os homens