crónicas da xávega (597)


lembro-me da terra

à segunda a feira
dos fabricos caseiros
do quintal e da capoeira
as contrafacções e os bons preços
os vendedores a apregoar

vi um na assembleia
a negociar
hábitos de feira

a régua e esquadro traçadas
as ruas numeradas

a linha de caminho de ferro
e o mar do outro lado

o jogo e unamuno
as férias o verão
os pescadores

nunca ali vi o sol pôr-se
só lhe sei a cor de dia
nunca o vi verde

(recriação da xávega com bois; silvalde; espinho; 2012)

recriação da xávega com bois na praia do areão


(foto do jornal “O Ponto” de 22 de maio)

no dia 10 de maio, na praia do areão, vagos, foi realizada uma recriação da xávega com bois de raça marinhoa, conforme notícia do jornal “O Ponto” cujo PDF me foi gentilmente cedido.

quando há vontade os meios aparecem e não é sonho é realidade resultante de perseverança e muito trabalho

parabéns a todos os que trabalharam para que esta recriação fosse possível e obrigado ao jornal “O Ponto” pela cedência gratuita da notícia

https://www.jornaloponto.pt/

crónicas da xávega (563)


crónicas da xávega (563)

no passado domingo dia 26 de maio, estive em Sôsa, no lançamento do livro “apetece outro trago” de manuel almeida freire, no café São Miguel.

pendurado por uma mola numa das prateleiras atrás do balcão um jornal com uma foto de primeira página que chamou a atenção: uma junta de bois e arte-xávega. o jornal: “O ponto”, o artigo …

contactei o jornal para saber se me cediam o link da notícia integral, era domingo mas vá lá um reformado saber que dia da semana é.

telefonaram hoje. a menina que fez a ligação e a quem manifestei o meu interesse e pedi que o transmitisse a “quem de direito”. prometeu-me que sim. fico a aguardar.

aos que tudo querem e nada fazem, os que pouco são mostram-se gigantes.

(recriação da xávega com bois; canga vareira; espinho; 2012)

crónicas da xávega (533)


trago no corpo
o sal do verão
nos olhos
bailes de mar 

outono dentro 
de outono
continuo 

virá o oiro
semeado nas vinhas
que não verei
porque longe do mar

tudo 
o que é longe do mar
é longe de mim

até estas palavras
o são cada vez mais

(recriação de um lanço de xávega com bois; torreira; setembro; 2013)

crónicas da xávega (259)


mergulho no tempo

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tudo o que sou
fui para ser

gostar do que sou hoje
é aceitar o que fui
no tempo que me coube

há bois na praia
gestos e fazeres recriados
memória viva

olhar o ontem
é ver mais além
é ser de novo

mergulho no tempo
refresco-me de mim

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(torreira; recriação da xávega;2013