eugénio de andrade
os moliceiros têm vela (579)
a eugénio de andrade
não há palavras
interditas perante o horror
netanyahu assassino
bombas e mísseis
lavraram a terra
que o sangue regou
nos escombros de gaza
um braço nasce
uma perna perdeu-se
desumana lavoura esta
semeadura de mortos
colheita de amputados
netanyahu assassino
não há palavras
interditas perante o horror
(moliceiros; regata do emigrante; cais do bico; murtosa; 2014)
“LITANIA” de eugénio de andrade
“MAR, MAR E MAR” de eugénio de andrade
“URGENTEMENTE” de eugénio de andrade
“O SORRISO” de eugénio de andrade
“LITANIA” de eugénio de andrade
“O SAL DA LÍNGUA” de eugénio de andrade
eugénio de andrade – 1981
em 1981 foi publicado em coimbra o primeiro número dos “cadernos do 40”, eu era um dos integrantes do caderno e usara como uma das epígrafes ao conjunto de “poemas” que publiquei, o poema “Com palavras amo”
após a publicação fiz questão de ir entregar a eugénio um exemplar dos cadernos. meti-me no comboio para o porto e, sem qualquer combinação prévia, fui bater-lhe à porta.
eugénio estava em casa, abriu-me a porta. disse ao que vinha e entreguei-lhe o exemplar, convidou-me de imediato a entrar. eu não consegui, senti-me muito pequeno. então, eugénio foi lá dentro e trouxe-me um livro com dedicatória.
( aqui ficam a memória e o testemunho)

