lentamente vai-se o saco esventrando.
o adivinhado brilho do peixe salta agora aos olhos ridentes
é carapau, é farto e de bom tamanho
a navalha corta o fio
o peixe estrebucha ainda
o sorriso espalha-se na companha
o peixe se fará pão
e o suor sentar-se-á à mesa
na partilha
( torreira_companha do marco)

mãos gretadas
duras lutas
na força do mar
adentro
de dentro
em regresso
incerto
de quem espera
de coração aflito
mãos gretadas
redes cuidadas
na espera
incerta…
mãos gretadas…
ironicamente
amando o mar
que lhes tudo dá
para viver
que lhes tira
ao morrer!