os moliceiros têm vela (54)


o fio do tempo

enrolada a vela no mastro, o zé rito espera

enrolada a vela no mastro, o zé rito espera

fazer do hoje
um ontem
de que o amanhã
se orgulhe

pesado fardo este
de tão fino fio
ser tecido o pano
que o corpo cobre

de frio tremerá
quem mal o tecer

o bonito vende bem,  a  beleza não tem preço

o bonito vende bem, a beleza não tem preço

(torreira; regata da ria; 2011)