da terra e das gentes
amortalhados serão os sonhos
na brancura de nada mais haver
que a memória
falarão dos dias havidos como se
tivesse de ser assim destino
fado português
ficam vozes perdidas no azul
aves de asas cortadas
um canto triste
tudo o que foi não será mais
não haver gente nesta terra
é ter ela o tamanho do seu
cemitério
que não descansem em paz
(torreira; regata da ria; 2014)