nunca
duas faces têm os dias
nunca saberás o peso
do fardo de ser
até te pesar nos ombros
o amargor das palavras
onde amor devia
duas faces têm os dias
verga-se não o corpo
mas o que dentro dele
mais frágil e sensível
é no mar que afogas
a raiva de seres assim
dares a outra face
nunca
(torreira; companha do marco; 2014)