mãos de dar

não
não me arrependo
de serem de dar as mãos
que me deram
nos cotos
dos braços que me levaram
outras mãos nasceram
para continuarem a dar
haverá amargura
por dentro dos dias agora
mas brilha nos olhos
o sol de sempre
o tempo
que nunca caberá nas mãos
é oferta impossível
usaram-no mal

(torreira; 2016)