postais da ria (568)


tudo velho no ocidente
cheira-se o sangue
do médio oriente

no corno de áfrica
a vida não vale um corno
a ponta sequer

tudo velho no ocidente
mata-se em áfrica
no médio oriente

dá-me ouro petróleo
metais raros gaz natural
morrer é normal

tudo velho no ocidente
morre-se jovem em áfrica
no médio oriente

não vale um corno
este ocidente

(a mão; o saco de berbigão; torreira; 2015)